Alguns falam em Sacerdote do lar, eu particularmente não diria sacerdote por que lembraria os serviços sacerdotais de representar o povo o que não é o caso de representação pelo pai de família à seus filhos ou esposa.

Preferia dizer o exemplo de “Cheio do Espírito”, ou seja, a base ou o ideal de alguém que se relaciona com os seus de forma a evidenciar o fruto do Espírito Santo em sua vida.

Começaria dizendo que não é fácil ser um marido ou pai exemplo de “Cheio do Espírito”, levando em conta que o relacionamento familiar, convida para uma liberdade íntima que só se encontra debaixo do teto do lar. Esta liberdade por vezes, leva o homem a não se preocupar em ser exemplo ou modelo a ser seguido, pois “em casa se quer é descansar”.

Muitos homens entendem que devem se fazer de cultos, educados, finos e sociáveis somente na presença de outros que não sejam os de sua casa, entendendo que esses já o conhecem bem e não precisam de “cerimônia”. Eu diria que a “cerimônia” deve mesmo ser dispensada no lar e o que realmente deve ser mostrado é a realidade de alguém transformado pelo Espírito Santo.

O apóstolo Paulo ao disciplinar os maridos quanto à forma de amarem as suas esposas, compara tal amor do homem espiritual ao amor de Cristo pela Igreja, ilustrando a forma como devem cuidar e preservar sua esposa, amando-a como a si mesmos ou ainda, amando-a em detrimento da própria vida.

Esta forma de amor julgo eu, é impossível de ser alcançada sem a ação do Espírito Santo em nossas vidas.

Muitos maridos se julgam “Cheio do Espírito”, mas não conseguem evidenciar o fruto deste Espírito em seu relacionamento conjugal.

Entendo que o que falta é realmente a consciência do que é ou de como se evidencia o fruto do Espírito, uma vez que não conseguem ser mansos nem longânimes nem benignos e por muitas vezes não conseguem ter domínio próprio quando tratam com a esposa.

Ora irmãos, entendo que não é fácil estar em um supermercado lotado, receber as instruções de compras por telefone, ficar quase uma hora na fila, chegar ao carro cheio de sacolas e com o bolso vazio, muitas vezes subir escadas com as sacolas, com dificuldades abrir a porta de casa e ouvir uma voz doce dizendo: “amooor, esqueci de pedir para você comprar tomate…” . Nesta hora o fruto da carne quer com todas as forças ser evidenciado, mas aí é que entra a evidência de quem é “Cheio do Espírito”.

Ser “cheio do Espírito” é ter ações que evidenciem o controle do Espírito Santo em nossas atitudes, o “fruto” é o resultado de quem vive guiado, controlado, dirigido pelo Espírito.

A nossa natureza, que como diz o Apóstolo Paulo é “contrária a Deus”, não é capaz de produzir frutos de amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, fé, mansidão, temperança e domínio próprio, sem alguma evidência da obra da carne que vem carregada de adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e tudo mais que deriva de uma vontade humana de ser reconhecido independente de sua função dada pelo Criador de servir para o louvor de sua Glória.

Muitos confundem a “obra da carne” com a ação do diabo, imaginando que toda a ação que evidencia tais “obras”, por demasiados malignos que são só podem ser coisa do cão.

Sinto se decepciono alguém neste particular, mas tenho que afirmar que o diabo não executa tais obras em você, ele pode até sugestionar, incitar, colocar à vista, mas nunca tomar seu lugar na atitude.

Estas atitudes tem o nome dado pelo Apóstolo de “obra da carne”, no sentido de ações humanas ou da natureza humana caída, natureza esta que uma vez tendo dado ouvidos à serpente, passou então a não mais atender ao princípio da criação e por isso mesmo, condenada a viver sem Deus, ou seja, a morte.

Aquele que evidencia o Espírito Santo em sua vida passa então a ser diferente de toda a raça humana, assim como foi aquele que nasceu da semente da mulher, mas sem pecado, que por viver no Espírito, não teve atitudes de “carne”, ou seja, não desejou ou efetuou qualquer outra coisa que não servisse para o louvor da Glória do Pai.

Somente Ele, JESUS, cumpriu como homem, a vontade de Deus, atendeu ao princípio da criação em evidenciar a Glória do Criador sem interesse natural ou humano ou “obra da carne”.

Fazendo isto, Ele venceu como homem a maldição da serpente, esmagando-lhe a cabeça e dando direito aos que crerem em sua morte vicária, que morram para a natureza caída e vivam a natureza Dele baseada na sua ressurreição, recebendo como garantia da nova vida, o Espírito Santo que guia o antes homem caído, que evidenciava a “obra da carne” e dava para a morte, agora evidenciando o “fruto do Espírito” que conduz à vida eterna.

Costumo dizer que é falácia de alguém que diz amar sua esposa, sendo que não evidencia em sua vida o “fruto do Espírito”, arrisco-me a dizer que, o único amor de um homem por sua esposa que é capaz de fazê-lo entregar a sua própria vida por ela, é aquele guiado pelo Espírito Santo, que exclui os interesses pessoais e consegue amar sem reservas.

Nesta minha afirmação declaro com todas as letras que se uma esposa quer realmente ser amada, deve incentivar seu marido a ser cheio do Espírito Santo e se o marido quer evidenciar ser cheio do Espírito Santo, ame sua esposa como Cristo amou a sua igreja e por ela se entregou até a morte e morte de cruz.

 

Daniel Oliveira